Desenho animado sempre foi parte da minha vida. Quando eu era pequeno, minha aventura sempre foi individual, no meu mundo; eu tinha amigos, mas na minha casa eles não eram presentes. Na sala, em frente a TV, era meu lugar. Eu brincava sozinho, não tinha ninguém compatível que morasse perto da minha casa. Para mim era como se eu tivesse achado um pote de ouro no fim do arco-íris quando os canais fechados abriam por algum feriado especial. Aí sim, era desenho 24 horas.
Eu assistia muito desenho, mas um que me marcou, e que carrego o gosto até hoje, é Monstros S.A. Foi quando eu tinha mais ou menos uns três anos que essa maravilha entrou na minha vida. Minha irmã tinha a fita (sim, ainda era vídeo cassete), era praticamente meu, de tanto tempo que ficava na minha casa. Eu ainda acho aquilo magnífico. Obra divina, só pode ser. Aquilo engloba tudo o que me conquista, não sei como. O filme foi lançado em 2001, o ano em que nasci, e tem como diretor o Pete Docter. Lançado pela Disney Pixar, o filme norte-americano me encantou.
O meu mundo individual começou a se desfazer quando conheci um garoto chamado "Diego" na segunda série. Fazíamos natação juntos, daí descobrimos que éramos da mesma classe. Nos tonamos melhores amigos na mesma velocidade em que minha avó e a mãe dele se tornavam amigas também. Jogando conversa fora, o convidei pra ir pra minha casa brincar, o mesmo aceitou. Foi daí que saiu uma descoberta que mudaria nossa rotina: Nós éramos praticamente vizinhos! Todos dia depois da aula eu ligava pra ele e ia buscá-lo na casa dele. Era legal, até eu mudar pra Atibaia e vê-lo apenas nas férias.
Voltando para Monstros S.A, a animação pode ser tudo o que uma criança deseja, por quê? Porque ele desmente o medo do escuro. Refaz a ideia da criança sobre o termo "monstro". Fazendo-a pensar que eles têm sentimentos como nós, pensam como nós. Isso, pelo menos pra mim, refez meus conceitos. O campo de imaginação da criança fica muito mais amplo, pois ela vê formas e perspectivas diferentes.
Sempre fui dono de uma mente que queria saber de tudo precipitadamente. Quando eu não sabia ler (eu me lembro plenamente), eu pegava livros da escola e fingia estar lendo enquanto eu brincava do fabuloso Homem-Aranha (que é meu super-herói favorito até hoje). Antes do Diego, eu tinha um amigo do primário que seu nome era "Douglas", ele ficava lá em casa todos os dias porque sua mãe trabalhava então minha avó topou e agarrou a causa (isso em São Paulo, minha cidade natal). Lembro que a gente ficava inventando línguas estrangeiras, ficávamos pronunciando-as. Parecíamos plenos adoradores de Satanás.
Eu particularmente achava que minha língua era derivada do espanhol, mas era derivado de nada. Perguntava pra minha avó se a língua soava real, a resposta era óbvia: Não. Depois desta desilusão linguística, eu parti pro inglês. As tentativas também não soaram inglesas para a minha avó.
Talvez estas tentativas tenham sido as portas para eu entrar no mundo das línguas, e meu objetivo em tornar-me um poliglota (quando isso acontecer posso dizer: Zerei a vida!). Há muitas línguas a serem estudadas, mas temos tão pouco tempo!
Enquanto eu tentava ser um poliglota, a era dos computadores chegou; Todo mundo tinha um. No meio das tralhas do meu falecido avô, havia um computador daqueles de tubão. Era o único de casa. Ele não tinha internet, portanto, eu fazia meu diário nele, faria de tudo para saber o que eu tinha escrito lá!
Insisti em ter um novo, insisti tanto que meu pai de me deu um computador de mesa de "última geração" (na época era sim). Lembrei de um CD que havia comprado, veio junto de uma revista sobre Harry Potter - eu era fanático por isso -. Tinha muitos jogos, era o que fazia enquanto não providenciavam internet.
Meu gosto pela língua inglesa era tanto, que eu mesmo pedi pra minha mãe se eu pudesse fazer um curso de inglês. Onde estou até hoje caminhando para o final e para um intercâmbio canadense. Foi aí que comecei a me aprofundar em 'cursos', é um negócio viciante, sabe? Informação. É saudável para uma mente como a minha, faminta por informação. Saindo um pouco da infância, comecei este ano um curso de espanhol (no qual estou no segundo nível), o mesmo irá terminar junto com o inglês. Parece que tudo vai terminar quase junto, colegial, cursos, informação.
Desde quando descobri que eu tinha um telescópio quebrado em casa, veio um interesse nos astros. Comecei, então, a procurar páginas sobre astronomia e seus derivados, quando eu já morava em Atibaia. Foi então, que veio a informação necessária para o ganho da medalha deste ano.
Acho que as escolas precisam de uma reforma psicológica nos seus professores. É inaceitável e desgastante ouvir de seus professores que, a maioria da sala, não passaria num concurso público. Um professor que só grita ao invés de dar aula. É o horror.
De longe, eu me julgaria um futuro grande polímata e poliglota. Também acho que estou fazendo o bem para a futura sociedade, meu primo está se espelhando em mim! O vocabulário dele é muito amplo.
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