by Guilherme Buesso

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A escola está emburrecendo alunos?

    Mundialmente, a área de conhecimento "Exata" é hipervalorizada, enquanto áreas que não compartilham desse natureza lógica, são atribuídos menores valores. Logicamente, não estão precipitados em promover o desenvolvimento desse campo, já que esses estudos oferecem um vasto avanço na tecnologia contemporânea. Porém, o problema está alojado quando há completo desprezo na parte humana das inteligências. Sendo assim, nossa sociedade está treinada culturalmente a incentivar nossos estudantes a seguirem carreira no campo hipervalorizado, assim o faz a escola: deixando o aluno 'burro'.
    Garanto que o argumento de todos os professores de Exatas seja o fato de querer instigar o aluno a aprender mais, a ser curioso. Porém, esse argumento é contraposto quando a instituição de ensino, por focar apenas numa área específica de conhecimento, acaba trocando a curiosidade dos alunos no início da carreira acadêmica, por um padrão predefinido. Se cumprissem a risca o que dizem, despertariam nos alunos a vontade de aprender a questionar o dito como verdade absoluta, e para isso, precisamos do ensino rigoroso das Ciências Humanas.
    Isso quer dizer que, nunca farão os alunos atingirem tal estágio de curiosidade, se apenas os querem para aprender uniformemente sobre uma singular matéria. Além disso, quando um aluno quer traçar sua carreira numa área humana do conhecimento, é imediatamente visto com olhares reprovados pelos educadores que visam um destino exato. Claramente, carreiras intelectuais na área de números, permitem a entrada financeiramente farta em multinacionais e grandes empresas,  de antemão, não são apenas números que formam cidadãos. Se todos fossem viciados em números e exatidão, não teríamos grupos revolucionários que ajustam a sociedade para o melhor. Não teríamos grupos de intelectuais filósofos ou sociólogos.
   O problema, no entanto, não é a valorização da parte exata do conhecimento, e sim, o modo mecânico de como este conhecimento é repassado. Não instigaremos nossos estudantes se continuarmos a ensina-los regras, como se representassem uma figura robótica. Não faremos nenhum progresso se a informação fática (aquela que se baseia em fatos objetivos) e terminológica (definida facilmente por uma palavra ou termo, pequena definição) continuar sendo explorada no ensino. Já que essas informações são mecanicamente memorizadas pelos alunos. Infelizmente, essas informações constituem 71% do conhecimento "absorvido" pelos jovens.
    Todos sabemos que o conhecimento é uma questão que exercemos apassionadamente; não fazemos para nós, fazemos para os demais. E se não houver mudanças que adequem e acolham os estudantes em demais áreas, onde saberão que terão segurança, o futuro mercado de trabalho mundial estará corrompido e infectado por profissionais que não gostam do que fazem, tornando o ambiente profissional um desagradável recinto para todos empregados.
     Em suma, mudanças na consideração inteligente dos conhecimentos, precisam ser feitas para melhor abrigar todos os diferentes profissionais. Assim, pondo todos os trabalhadores de diferentes inteligências em conforto, sem valorização de uma que afete o senso crítico popular.


Guilherme H. N. Buesso